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domingo, 6 de março de 2011

Sobre os conceitos desta louca vida

Tínhamos quase a certeza de que sairíamos vencedores
Mas a qual batalha me proponho agora?
Será a vida feita de artifícios, provaremos o gosto da desonra, do descaso,ou pisarei nas tuas memórias para todo o sempre?
Ficaríamos ébrios, o Universo seria todo nosso, projetos futuros, noites inteiras de sensações alegres e festejadas às vezes com lágrimas de amor. O amor que nos engana, mas a vida continua , não teremos outra chance,nem seria  justo pensar em derrota ou vergonha, não é justo pensar em justiça, pois Deus nem sempre é capaz de sair do quadrilátero cósmico para nos explicar sobre buracos negros, sóis, planetas em órbita, noções de quântica, - como deve ter se desiludido Einstein -, quando percebeu que a vida lhe escapava por entre as mãos, porque Deus não o reteve por mais alguns séculos terrenos, porque Deus não me deu oportunidades para entendê-lo?, porque a rotina burra dos homens teima em me consumir, porque tenho que ligar a tv tola, porque não posso cuspir no prato que me dão, porque não posso dançar a dança dos imortais nem tê-la esta noite?
Enquanto estas lágrimas teimam em descer pela minha face sem cor, posso sentir os momentos vividos, tudo gira rápido agora e sempre, meu coração candente às vezes se confronta e afronta este corpo indolente, insatisfeito e final.
O que mais haverá de inusitado nestes anos que dão um toque final ao planeta que nos abrigou durante instantes, ah! As batalhas dos Gregos e Romanos, a sede por poder, a nossa arte escondida nas covas e infernos dos confins...
Se fui  um dia um sábio, quem seria o meu mecenas que sempre se escondeu de meus anseios e questionamentos? Por onde andarão os Deuses das batalhas remotas. Ah! Quanta mentira há no ar, qual o quinhão a  que temos parte nesta parte dos sonhos , nesta metafísica louca e vazia...
Mas a qual batalha me proponho agora?
Serão os ritos meros mitos, serão todas as formas de vida que dividem nosso lar, meras aparências, poderemos um dia sonhar novamente este sonho de desilusões e fraquezas ou o eterno nos consumirá para todo o sempre?
Tudo é tão falso e sem cor, as teorias sobre vida e morte, os teoremas, com seus Pitágoras esquecidos, as comissões e dirigentes, os partidos, as maneiras como vemos o mundo , tudo é tão vazio e destituído de qualquer razão, índios,
formigas, sorvetes, cinemas e artes, o ganhar o pão de cada dia “ que trágico seria se não fosse cômico”, deixem-me a sós agora ,pois a morte quer compartilhar comigo as suas façanhas na terra dos aflitos e feridos....
Meus antepassados não me ouvem, nem poderiam, pois o que lhes cabe agora é a eterna seqüência do calor das tumbas vazias e sem vida, cores cinzas, pobres de nós, nem pudemos nos deleitar com os manjares vindos dos sonhos sonhados quando crianças, estes foram consumidos pelas distrações tolas que nos alcançaram em tenra idade; O que importa o meio ambiente, somos parte deste local feio e fétido, o que importa a política, os esportes , a teologia e os sermões de Reis e Duques , enclausurados dentro de seus próprios poderes doentios, o que importa os julgamentos sobre Hitler, Mussolini, ou mesmo  sobre o pobre Sadam?... Jogos de poder e força, jogos pela sobrevivência dura e mesquinha, acabaremos por nos abater em um dia muito próximo, por uma mísera gota de água ou pelo petróleo que aquece o coração dos idiotas que circulam pela terra, mar e ares, numa furiosa busca pelo nada logo ali adiante, enquanto a terra gira, gira em movimentos de rotação e translação em uma velocidade estonteante, enquanto a mesma paspalhice toma conta dos corpos febris  em um grande tablado rodeado por feras e demônios imaginários ou não, que sugam-nos com a mesma violência com que vivemos nossos dias automatizados, repletos de consumismo; - “Diz-me com quem amas, e eu direi-te o quanto vale”, somos uma moeda de baixo valor neste dias hediondos, banais e banhado a orgias e disparates; Tenhamos piedade de nós mesmos, uma vez que Deus se apiedou de si próprio e transformado em um  cometa, desliza pelos ares nunca dantes navegados, quiçá, possamos ver ainda alguma estrela cadente.....oh!, façamos um pedido agora!
Do amor:
O amor pelo que me consta, nada mais é do que uma luta feroz para dar continuidade a nós mesmos, o amor não existe nem nunca existirá em nossos corações, somos pobres e podres seres em decomposição , tenhamos compaixão pelos nossos actos, e aguardemos a hora da morte, ingrata e triste. Depois dela, nem sonhos, nem paixões, nem diplomas, escolas, filhos ou comunhões, ..depois dela, nem mesmo uma única esperança de sair do torpor que nos deplora!
Somos vítimas e visitantes, tudo ou nada, ou mesmo o que poderia ser, somos jovens e distintos em  gostos, pensamentos, actos, vontades e em  tudo o mais que nos cerca;
Acerca das belezas naturais:
Por do sol – Uma bola incandescente que aparece e desaparece em um instante ilógico e que enche de êxtase o coração de jovens, perdidos em ilusões.
Cachoeiras – um curso de água que de repente não encontrando um caminho reto, despenca do alto de uma montanha qualquer, causando vislumbre em desafortunados seres que se perderam em suas próprias imaginações.
Montanhas – Acúmulo de terras que se formaram, por razões que não nos importa, e que nos dão a impressão de sermos pequeninos, “mais do que já somos”, montanhas que fazem o deleite dos poetas e apaixonados!
O mar – complexo    Se somos pura água, para que tanta comoção ao ver o mar? Não seria a mesma coisa nos comovermos e nos afogarmos quem sabe em um simples copo?
Pirâmides – São tantas as teorias sobre as pirâmides, civilizações inteligentes, extras terrestres, Deuses, e outras falácias mais..... o que importa agora, as suas formas e o seu conteúdo, viajar dentro de aviõezinhos  multicores para fotografar e cansar os pescoços de tanto olhar para o alto?

..Mas a qual batalha me proponho agora?
Não existem batalhas, nem razões para tal, apenas a sensação de pequenez e estas palavras vazias e destituídas de qualquer razão; somos loucos seres, precisamos de conforto, carinho e proteção, ansiamos pela vida eterna, cavalgamos no dorso de cavalos fantasmagóricos, tateamos às escuras, em busca do sexo, do dinheiro e do amor que nos conforta; Pensamos estar felizes, justo quando deparamos com a face da morte que nos diz que já basta este jogo de sedução, egoísmo, vaidades e sujeiras; E, enquanto ela não nos vem em definitivo, fazemos de nossos dias, verdadeiras proezas, navegamos do céu ao inferno várias vezes em um espaço de um dia, ocupamos nossas mentes invisíveis com planos, afazeres, amores, diversões, sonhos, labutas, traições, bebedeiras, orgias, e tudo que nos pertence por direito...
Esta noite é fria e um silêncio mortal vaga pelos quatro cantos do Universo; lá fora, pessoas perdidas em crendices e afazeres fugazes, não sei ao certo sobre filhos, netos ou sobre um ato de amor com você que se esconde mais e mais... de qualquer maneira até que não seria de todo mal, desfrutar de teus prazeres , nestes dias em que nada mais sei de mim, de você ou de todos nós.  
                                                                 março.2011
                                                                

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