Cogumelos gigantes aparecem
Em meus sonhos .... Leais,
Como súditos em volta do Rei.
Desesperança, insensatez, tédio,
Devoram o coração
fugaz,
Sentença de vida e morte.
Tic tac, tic tac,
Ouçam as vozes que ecoam
Vez ou outra pelas paredes.
Parecem mágicas as faces
Destes anjos, maltrapilhos,
Estão todos à mercê do traidor.
Gritos de dor saem de meu peito,
Por onde um dia jorraram
Pétalas de paz e de amor.
Sílabas, sussurros, silêncio,
O passado ecoa, triste, fúnebre
Em um filme mudo, perdido.
Tuas mãos frias me tocam,
Lábios à espera de um beijo
Frio, úmido como um pântano.
Eu não lhe conheci, deveras,
Minha juventude bebia o licor
Que engana e entorpece a alma.
Quem me trouxe à vida um dia,
Se foi sem nada dizer –
Nostalgia.
Alguém acenou-me lentamente.
Promessas nunca cumpridas,
Olhares nunca trocados – Compaixão.
Dois cães andam pelos campos.
Tropeço em meu próprio destino,
Sorvo o ar que me resta, enquanto
Os cogumelos gigantes adormecem.
Jan.2012
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